sábado, 12 de junho de 2010

ESPERA

De Sophia de Mello Breyner
ESPERA

Dei-te a solidão do dia inteiro. 
Na praia deserta, brincando com a areia, 
No silêncio que apenas quebrava a maré cheia 
A gritar o seu eterno insulto, 
Longamente esperei que o teu vulto 
Rompesse o nevoeiro.

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