quinta-feira, 26 de agosto de 2010

SERÁS O MEU AMOR, SERÁS, AMOR, A MINHA PAZ



Dueto
Composição: Chico Buarque


Consta nos astros, nos signos, nos búzios
Eu li num anúncio, eu vi no espelho, tá lá no evangelho, garantem os orixás
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos autos, nas bulas, nos dogmas
Eu fiz uma tese, eu li num tratado, está computado nos dados oficiais
Serás o meu amor, serás a minha paz
Mas se a ciência provar o contrário, e se o calendário nos contrariar
Mas se o destino insistir em nos separar
Danem-se os astros, os autos, os signos, os dogmas
Os búzios, as bulas, anúncios, tratados, ciganas, projetos
Profetas, sinopses, espelhos, conselhos
Se dane o evangelho e todos os orixás
Serás o meu amor, serás, amor, a minha paz
Consta na pauta, no Karma, na carne, passou na novela
Está no seguro, pixaram no muro, mandei fazer um cartaz
Serás o meu amor, serás a minha paz
Consta nos mapas, nos lábios, nos lápis
Consta nos Ovnis, no Pravda, na Vodca

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

IT'S FRIDAY...

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

É TUDO QUE VALE A PENA

(...) – bem, como vai você? levo assim, calado
de lado do que sonhei um dia
como se a alegria recolhesse a mão
pra não me alcançar

poderia até pensar que foi tudo sonho
ponho meu sapato novo e vou passear
sozinho, como der, eu vou até a beira
besteira qualquer nem choro mais
só levo a saudade morena
e é tudo que vale a pena

Los Hermanos, Sapato Novo

mas...

O vento vai dizer
lento o que virá,
e se chover demais,
a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois
sorrir em paz.
Só de encontrar... Ah!!!

Los Hermanos, O Vento

terça-feira, 10 de agosto de 2010

A MINHA LICENÇA POÉTICA



Igualzinho como quando, lá atrás, em tempos remotos, dormi com o sonho e acordei com a desilusão, hoje continuo a colecionar maturidade. No lençol sujo da semana passada ainda sinto o cheiro do sexo que adentrava nossas madrugadas tórridas, as quais nem o inverno paulistano de 10 graus foi capaz de esfriar. Graças ao encaixe perfeito de nossa trepada, hoje de manhã ri de mim mesma ao não conseguir mais me imaginar trepando com outro ser que não seja você. Minha imaginação já foi muito melhor, acredite.

Ouvi dizer que mulher trepa com o coração – mentira: mulher trepa com a alma. E com a boca, a língua, os dentes, os cabelos, as mãos e tudo o mais que as quatro paredes nos permitirem – menos com o coração. Minha língua, ao te percorrer, sabia o caminho exato do teu prazer, e teus inúmeros pontos: A, B, C... G, H, T! Tesão. Nosso sexo era bom demais pra ser verdade. Eu me apaixonei por causa do sexo, confesso.

Tantas horas de conversa filosófica e literatura, preferências musicais, política – com direito a rusgas e tudo o mais – manicure, cabelos, relacionamentos do passado, beijos furtivos, e eu só fui me apaixonar depois de te sentir inteira, completa, em cima de mim. E como duas peças finais de d’um quebra-cabeça de 5000 peças, nos completamos e, enfim, formamos aquela figura que vem como amostra na caixinha do brinquedo, deitadas sobre aquele mesmo lençol que hoje de manhã me trouxe teu cheiro.

Não sei te dizer, exatamente, se é só sexo. Pressinto no ar um romantismo, aquele típico dos bobos que se apaixonam e escrevem cartas de amor ridículas num ataque Fernando-pessoístico. Talvez esse romantismo tenha dado as caras pela primeira vez quando, numa noite de sábado, você me disse, toda cheia de dedos, que preferia ficar namorando em casa a sair com o bando descolado e cheio de energia que frequenta minha toca. E depois, mais ainda, quando abriu os braços pra me receber e disse que estava adorando namorar uma pessoa com a mesma disposição que a sua. Achei tão lindo. Ou então, quando daquela outra vez em que, meio assustada, meio querendo, meio com medo, me pediu pra repetir que eu gostava de você. Eu gosto de você, e eu disse com tamanho gosto que minha vontade era de naquela hora gritar pra todo o mundo que eu, finalmente, havia encontrado a minha pequena.

Não sei se já te falei, mas eu odeio a sua combinação astral. Sagitário com ascendente em Câncer... tsc tsc. Contraditório, no mínimo. Odeio a impontualidade do seu amor e esse seu medo de se apaixonar. Será apenas medo? me pergunto com uma insistência tão grande que até meu pensamento já se condicionou: basta eu abrir os olhos que ele já vem martelar essa palavra horrorosa – medo medo medo. Será que hoje, enquanto caminha para a sua casa, ou para a casa de quem me dá arrepios só de imaginar, você pensa em tudo o que pode estar jogando ao vento? A mulher que mora em mim torce para que sim, para que você perceba a tempo a cagada e corrija o curso que o seu coração vai tomar (e essa mesma mulher acredita mesmo que amor é escolha). Mas, sabe... eu tenho um lado que não lhe contei, um lado racional, de macho com ego ferido que lá no fundo pensa: tomara que quebre a cara. Whatever.

O amor ficou nos planos e o sexo na imaginação. Hoje de manhã, ao sentir o teu cheiro bom em meus lençóis, decidi acabar com a tortura: num acesso de fúria arranquei da cama tudo o que nos serviu de vestimenta noturna durante uma semana e ordenei à faxineira que os lavasse em água quente. Depois alvejante. Depois um sabão em pó bem cheirosinho e pra completar um amaciante que os deixasse com um cheiro que não lembrasse nem de longe nossas inúmeras trepadas. E então fui para o meu banho matinal, consciente de que essa foi a última vez em que senti teu cheiro. Ao sair do banho, usei pela última vez o teu desodorante e joguei fora aquela escova de dente que você usou quando, num dia de saudade e curiosidade, foi para casa apenas com a roupa do corpo. Quando estava de saída, com a porta aberta e fazendo um último carinho no bichano, ponderei. Voltei até à área de serviço e procurei um pedaço do meu coração que eu havia jogado por lá. Entre todos aqueles lençóis, resgatei uma fronha, encostei meu nariz e inspirei profundamente teu cheiro uma vez mais. Corri para o quarto, com medo de ser pega pela faxineira, abri o guarda-roupa e então guardei no meio da minha roupa limpa um pedaço do que restou de você.

Hoje, quando for dormir, vou cobrir meu travesseiro com essa fronha, e farei dessa minha licença poética a última esperança de acordar sentindo teu cheiro.

segunda-feira, 9 de agosto de 2010

RECAÍDA MODE OFF

E é pra não ter recaída
que não me deixo esquecer:
Que é uma pena,
mas você não vale a pena...

SOBRE AS EXPECTATIVAS

Começo esse post com um sorriso. Um sorriso discreto. Aquele que aparece quando (finalmente) entendemos os motivos do coração apertadinho. Aquele sorriso que, quando anunciado pelos lábios, denuncia nossa sapiência - antes completamente ignorada.

Sim, porque nós, seres humanos teimosos que somos, ignoramos nossa sabedoria. Ignoramos, fazemos vista grossa, deixamos jogada no cantinho da consciência, whatever. E então, quando a coisa fica preta, apelamos para o "tudo bem, eu já sabia mesmo". Só então, nessa hora, é que o autoengano entra em mode off (depois de alguns dias, meses, anos ligado full time).

Aprendi a não criar expectativa em cima do que as pessoas podem ser (a duras penas, mas aprendi), mas parece que cabulei a aula do "como não criar expectativa em cima do que as pessoas dizem". E também aquela aula ministrada pela avós, todas com bodas de ouro em seus curriculos: como não criar expectativa em cima dos relacionamentos.

Enfim... mais uma lição para o livrinho "Vivendo e Aprendendo" (ou, para os menos otimistas, "Vivendo e se Fodendo").

=)

quinta-feira, 5 de agosto de 2010

HOJE MESMO



O jeito que você arruma seu cabelo
procurando aquele efeito
que o mundo não quer reparar...
revela tanto

quarta-feira, 4 de agosto de 2010

SARAMAGO ME AJUDANDO

"De que adianta falar de motivos,
às vezes basta um só,
às vezes nem juntando todos."

José Saramago

terça-feira, 3 de agosto de 2010

TUS PIES



TUS PIES
(Pablo Neruda)

Cuando no puedo mirar tu cara
miro tus pies.
Tus pies de hueso arqueado,
tus pequeños pies duros.
Yo se que to sostienen,
y que tu dulce peso
sobre ellos se levanta.
Tu cintura y tus pechos,
la duplicada pu'rpura
de tus pezones,
la caja de tus ojos
que recien han volado,
tu ancha boca de fruta,
tu cabellera roja,
pequeña torre mía.
Pero no amo tus pies
sino porque anduvieron
sobre la tierra y sobre
el viento y sobre el agua,
hasta que me encontraron.

domingo, 1 de agosto de 2010

QUE SORTE A NOSSA, HEIN?

"Meus beijos sem os seus não dariam
Os dias chegariam sem paixão
Meu corpo sem o seu uma parte
Seria o acaso e não sorte
Nesse mundo de tantos anos
Entre tantos ou outros
Que sorte a nossa, hein?"

 
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