sexta-feira, 28 de agosto de 2009

TUDO QUE MOVE É SAGRADO

Eu queria querer-te e amar o amor
construírmos dulcíssima prisão
E encontrar a mais justa adequação
tudo métrica e rima e nunca dor
Mas a vida é real e de viés
e vê só que cilada o amor me armou
Eu te quero e não queres como sou
não te quero e não queres como és

MAS A VIDA É REAL E DE VIÉS

No inverno te proteger, no verão sair pra pescar
no outono te conhecer, primavera poder gostar
no estio me derreter
pra na chuva dançar e andar junto

um dia, quem sabe.

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

QUANDO A MUSICA FALA...

Amanhã eu vou revelar
Depois eu penso em aprender
Daqui a uns dias eu vou dizer
O que me faz querer gritar
Aaaahhhhhh!!

No mês que vem
Tudo vai melhorar
Só mais alguns anos
E o mundo vai mudar
Ainda temos tempo
Até tudo explodir
Quem sabe quanto vai durar
Aaaahhhhh!!

Não deixe nada pra depois
Não deixe o tempo passar
Não deixe nada
Pra semana que vem
Porque semana que vem
Pode nem chegar
Pra depois
O tempo passar
Não deixe nada
Pra semana que vem
Porque semana que vem
Pode nem chegar...

A partir de amanhã
Eu vou discutir
Da próxima vez
Eu vou questionar
Na segunda eu começo a agir
Só mais duas horas
Pra eu decidir...

Não deixe nada pra depois
Não deixe o tempo passar
Não deixe nada
Pra semana que vem
Porque semana que vem
Pode nem chegar
Pra depois
O tempo passar
Não deixe nada
Pra semana que vem
Porque semana que vem
Pode nem chegar
Ah! Ah! Ah! Ah!

Esse pode ser o último dia
De nossas vidas
Última chance de fazer
Tudo ter valido a pena
Ah! Ah! Ah!

Diga sempre tudo
O que precisa dizer
Arrisque mais
Pra não se arrepender
Nós não temos
Todo tempo do mundo
E esse mundo
Já faz muito tempo...

O futuro, o presente
E o presente já passou
O futuro, o presente
O presente já passou...

Não deixe nada pra depois
Não deixe o tempo passar
Não deixe nada
Pra semana que vem
Porque semana que vem
Pode nem chegar
Pra depois
O tempo passar
Não deixe nada
Pra semana que vem
Porque semana que vem
Pode nem chegar...

quarta-feira, 19 de agosto de 2009

TEMPO

posso ouvir o vento passar
assistir à onda bater
mas o estrago que faz
a vida é curta pra ver
eu pensei que quando eu morrer
vou acordar para o tempo
e para o tempo parar.
um século, um mês
três vidas e mais
um passo
pra trás?
por que
será?
...
vou pensar.

como pode alguém sonhar
o que é impossível saber
não te dizer o que eu penso
já é pensar em dizer
e isso, eu vi, o vento leva!
não sei mas sinto que é como sonhar
que o esforço pra lembrar
é a vontade de esquecer
e isso por quê?
(diz mais)
ú
se a gente já não sabe mais
rir um do outro, meu bem
então o que resta é chorar
e talvez
se tem que durar
vem renascido o amor
bento de lágrimas.
um século, três,
se as vidas atrás são parte de nós
e como será?

o vento vai dizer lento o que virá
e se chover demais a gente vai saber,
claro de um trovão,
se alguém depois sorrir em paz.
(só de encontrar...)

DEPOIS RASGO

Sou eu o seu paradeiro
Em uns versos que eu escrevo
Depois rasgo

terça-feira, 18 de agosto de 2009

RE-POSTANDO

L'AMOUR

Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.

Clarice Lispector

E eu, que durmo com o amor pendurado na cabeça. E nele penduro pessoas e situações e frases e um pouco de mim. E porque eu acordo com ele na cabeça, e inevitavelmente o vejo sempre acima de mim, será por isso que não tenho mais fé nisso, nisso que chamam descuidadamente de AMOR? E com todas as letras maiúsculas, ainda! Vai ver que é porque o coloquei acima de mim. Mas por outro lado seria muita pretensão da minha parte que eu o colocasse aos meus pés. “O Amor não existe para ser rebaixado: ou está acima, ou acaba virando objeto de decoração”. Parece que no meu caso não há cálculo matemático algum, e muito menos errado. Não somei as compreensões e nem as imcompreensões – eu “apenas” tentei interpretá-las. Então acho que de errado o que fiz foi a análise dele: interpretei as compreensões e as incompreensões, e achei que só por ter amado uma vez seria capaz de amar para sempre.

MUSIQUINHA


segunda-feira, 17 de agosto de 2009

ESPERANÇADOS

De longe observo você, que não pode me ver. Mas eu te vejo.Viajo em pensamento e me coloco ao teu lado. Penso em algumas musicas, uma em especial não me sai da cabeça, e fico a imaginar o que seria do ser humano se não existisse a arte. Nietzsche já dizia que "temos a arte para não morrer da realidade". Realidade que esmaga, muitas vezes. Outras mata. Mas quando não mata... aaah, quando não mata. Quando não mata, permite. E permite tantas coisas que as possibilidades parecem infindáveis, é só abrir os olhos e enxergar uma próxima estação.

Falta um pouco mais de um mês para a primavera... já te contei que essa estação é a minha preferida depois do outono? Pois é... Gosto do vento que a primavera traz, gosto das florzinhas despontando, gosto de ver o ipê amarelo reluzindo no sol quente. E o roxo também. Me parece que na primavera as pessoas ficam mais felizes. Mas "felizes" não é bem a palavra que eu gostaria de usar... talvez "esperançadas" seja a palavra. Li em um livro que a última esperança é feita de uma burrice bonita. E no livro a autora se referia à ultima esperança de ver alguém que ja morreu voltar à vida. É, não dá pra negar que seja uma burrice bonita. A realidade esmaga, quando não mata. Mas a esperança persiste no coração dos crédulos. E das pessoas cuja alma não se cansa de procurar. Ou de sonhar.

VIVENDO E CONHECENDO

GRAM!

sábado, 15 de agosto de 2009

ENQUANTO VOCÊ DORMIA

os fatos mudam à medida que nos distanciamos deles. sentimentos também, assim como as sensações.

escrevo e apago... escrevo e apago... escrevo e me apego.

uma caixinha de surpresas pode ser um mundo inteiro.

no entanto, o mundo poderia ser um lugar menos previsível.

enquanto você dorme, escrevo. sou notívaga, já lhe expliquei, mas sempre estarei ao seu lado quando você acordar.

faço planos para amanhã, mas e se o amanhã não chegar?

você poderia dormir nos meus sonhos, ou nos meus escritos. seria uma forma de companhia.

enquanto penso, existo.

não faço por mal, mas penso em muitas coisas que não você. nem nós.

preciso colocar no papel antes que tudo se transforme em pó, dentro de mim.

os jornais de hoje embrulharão os peixes de amanhã.

as postagens de hoje serão o lixo eletrônico de amanhã.

eu escrevo para satisfazer todos os meus eus. e eu tenho muitos eus.

tudo passa, confie em mim.

você quer me dar o mundo, e eu ficaria satisfeita se conseguisse me dar pra você.

um dia serei mãe, você precisa se acostumar com essa idéia.

meus filmes prediletos são os que não vi.

meu livro preferido é o que leio no momento, e ele dorme ao meu lado quando você não está.

hoje eu ganhei flores e me senti mais mulher.

a noite passada sonhei que sonhava com você, e no sonho do sonho eu te amava.

um dia o silêncio entre nós será cômodo. por ora podemos nos contentar com os estalos dos beijos que não nos negamos.

ontem eu me confortei nos seus braços, e foi uma sensação boa.

eu hoje desejei ser menos individualista.

mas não menos livre.

daqui a pouco eu acordarei te amando.

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

ANTES QUE ISSO AQUI VIRE UMA TRAGÉDIA

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

DO AMOR


Quanto mais intelectualizada (e racional) me torno, mais acredito que o amor é uma dádiva. E não uma dádiva divina, antes disso - é uma dádiva que só alcançou o status de dom porque é gratuita. E sendo gratuita, nada pede em contrapartida. Nada pede em troca.

Quanto mais sensível me torno, mais acredito que poucas são as pessoas que verdadeiramente sabem amar. O modo pouco importa. O importante é que se saiba amar. E sabendo amar, já teremos meio caminho andado.

Quanto mais alio razão e sensibilidade, mais percebo o quanto somos tolos perdendo um tempo que é tão precioso - e se não o é, ainda, um dia será. E então caem minhas fichas de que, não amando, não se vive verdadeiramente. E ficar esperando receber amor para só então oferecê-lo, em troca, é um dos maiores erros que podemos cometer com nossos corações tão ávidos por esse sentimento de amor que nos é oferecido todos os dias, nas entrelinhas.

quarta-feira, 5 de agosto de 2009

A PEDIDO

Eu sei colocar palavras bonitas no papel. Sei, sobretudo, guardá-las pra mim a fim de enfeitar meu jardim quando o inverno lá fora não dá trégua. Palavras bonitas são bonitas, e só. Não alcançam um status diferente de “agradáveis”. Palavras bonitas cabem em qualquer meio, em qualquer texto e até em qualquer discussão. Palavras bonitas são sempre aceitas, entram em qualquer lugar, mas palavras bonitas não conquistam o mundo, não conquistam admiração, não conquistam amizade e sequer passam perto de serem as responsáveis pelos muitos amores que cruzarão nossos caminhos. De palavras bonitas estamos até as tampas. De palavras bonitas recheamos muitas vezes nosso discurso egocêntrico, hipócrita e mal intencionado. Políticos usam muitas palavras bonitas, e pomposas... e aí fazem com aqueles que confiaram neles tudo o que não deveria ser feito.

“Texto animadinho” eu faço pra encantar platéias, pra descontrair, pra elevar a auto-estima de alguém que por ventura esteja com a sua no pé (nesse último caso venho me tornando especialista). Texto animadinho eu faço pra passar o tempo, pra me deliciar do sorriso do outro, pra beber na fonte o prazer que é saber-se com o dom da palavra.

Com as minhas palavras, sejam elas feias, duras, brutas ou bonitas, eu faço textos austeros, das “trevas”, sensacionais, filosóficos, irreverentes, geniais e até românticos. Mas não uso neles as tais palavras bonitas, não mancho idéias concretas com palavras feitas de bolha de sabão. Para o concreto uso meus sentimentos, minha razão e meu intelecto.

Quando me disse que ando escrevendo textos “trevas”, não tive a oportunidade de lhe corrigir. Antes disso, minha cara, bem antes... tenho escrito textos sinceros. E até poéticos, aos olhos de quem sabe enxergar além das aparências.

Em tempo: atitudes valem mais do que palavras, mesmo que essas palavras sejam agradáveis quando lidas.

INSTRUÇÕES DE USO

(não) force declarações de amor
(não) forje declarações de ódio
(não) sinta precipitadamente
(não) sinta tardiamente
(não) julgue aleatoriamente
(não) condene indiscriminadamente
(não) permita o abuso
(não) solte as rédeas
(não) segure firme
(não) seja detalhista
(não) se prolongue
(não) discuta
(não) abandone
(não) caia em ciladas de amor
(não) dê vazão à paixão
(não) permita
(não) corte
(não) esqueça
(não) lembre
(não) gargalhe
(não) chore
(não) siga instruções
(não) leia a bula
(não) enxergue os nãos
(mas) apenas ame.

terça-feira, 4 de agosto de 2009

PRECIPÍCIO

é do tipo que se arrebenta por dentro, mas não dá o passo à frente.

domingo, 2 de agosto de 2009

TIRANDO A POEIRA COM MINHA PRESENÇA

(Releitura de texto publicado originalmente no "Chutando Pedrinhas").

A casa perfeitamente arrumada e organizada. Silêncio. São Paulo está incrivelmente quieta, hoje. E me sinto bem com esse silêncio. Não tenho mais crenças. Fé virou adorno de criado-mudo, que por ser mudo guarda o segredo do meu ceticismo. Às vezes é difícil conviver comigo, mas sou tudo e o que sempre me resta. Não costumo me importar com o juízo que fazem de mim. Quer dizer, não costumo me importar com pessoas que não fazem parte do meu mundo, quanto mais com o julgamento delas... Tenho um mundo paralelo e particularmente aberto apenas aos que de alguma forma tocam o meu coração e me deixam orgulhosa e honrada por poder compartilhar de suas vidas. Não acredito no eterno, apesar de ainda sonhar com os finais felizes. Mas sou adepta mesmo é do efêmero. Deixo poeira acumular nos cantos, durante muito tempo, só pelo prazer de vê-las rolando de um lado para o outro, ao sabor do vento. Depois, quando me canso de observá-las, lhes dou o presente divino do esquecimeto - as jogo no lixo. Faço isso com as paixões. Eu me apaixono sempre, e todos os dias. E por todas as pessoas, e animais, e situações, e momentos. Mas eu me canso, rápido e facilmente. E num dia, quando me canso, simplesmente me viro pro lado e durmo, tranquilamente. Paixões são verões. É o efêmero que mora no mundo que o faz mudar, mudar e mudar. A insatisfação também faz o mundo mudar, mas ela traz consigo o gosto amargo daquilo que, por algum motivo, não alcançamos. Pessoas são insatisfeitas por natureza. Já a efemeridade é para poucos. Assim como a eternidade.

Esse lugar estava juntando muita poeira.


Hoje: eu não quero, e não vou, me cansar. Virar para o lado e dormir é praticamente impossível. ;-)

 
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