Porque eu fazia do amor um cálculo matemático errado: pensava que, somando as compreensões, eu amava. Não sabia que, somando as incompreensões é que se ama verdadeiramente. Porque eu, só por ter tido carinho, pensei que amar é fácil.
Clarice Lispector
E eu, que durmo com o amor pendurado na cabeça. E nele penduro pessoas e situações e frases e um pouco de mim. E porque eu acordo com ele na cabeça, e inevitavelmente o vejo sempre acima de mim, será por isso que não tenho mais fé nisso, nisso que chamam descuidadamente de AMOR? E com todas as letras maiúsculas, ainda! Vai ver que é porque o coloquei acima de mim. Mas por outro lado seria muita pretensão da minha parte que eu o colocasse aos meus pés. “O Amor não existe para ser rebaixado: ou está acima, ou acaba virando objeto de decoração”. Parece que no meu caso não há cálculo matemático algum, e muito menos errado. Não somei as compreensões e nem as imcompreensões – eu “apenas” tentei interpretá-las. Então acho que de errado o que fiz foi a análise dele: interpretei as compreensões e as incompreensões, e achei que só por ter amado uma vez seria capaz de amar para sempre.
1 comentários:
"é tão dificil falar e dizer coisas que não podem ser ditas. é tão Silencioso, como traduzir o encontro real entre nós dois, dificilimo de contar, olhei para você para uns instantes, tais momentos são meus segredos, houve o que se chama de comunhão perfeita, e a isso eu chamo de Felicidade." Clarice Lispector.
Como dizer o indizivel, como nomear o amor? Liberdade nos dizeres ainda de clarice é pouco, o desejo ainda nao tem nome.
Postar um comentário