sábado, 22 de maio de 2010

SOBRE PASSADO, PRESENTE E FUTURO - NUM POST BEM CONFUSO PARA QUEM LÊ E LIBERTADOR PARA QUEM ESCREVE

Algumas coisas permanecem eternas. Na lembrança, no cheiro, no gosto, no som... E quando essas lembranças nos roubam, mesmo que momentaneamente, a atenção e o pensamento, putz... a sensação é simplesmente maravilhosa. Essa noite sonhei com uma pessoa queridíssima. Uma pessoa que passou pela minha vida e que foi extremamente importante para mim, contribuiu para que eu me tornasse o que sou hoje e continua me ensinando, mesmo que à distância. É tão bom sentir saudade e lembrar com carinho das pessoas que cruzaram nosso caminho e nos fizeram bem... E quando essa saudade é correspondida é melhor ainda! Saber que existe alguém, cuja distância física não prejudica o sentimento de carinho e o bem querer é uma coisa para se dar valor...

Tenho passado por momentos difíceis, muito complicados mesmo. Porém, desde o começo desse mês, este é o meu momento atual: um tempo de mudanças. Mudanças afetivas, de visões, de perspectiva, de pensamento... Mudanças que vão me dar material suficiente e base sólida para continuar nessa caminhada louca chamada vida, que a gente insiste em levar às vezes "na flauta", às vezes na ponta do lápis, às vezes com vendas nos olhos...

Como é bom estar aberta para o novo! É bom fazer planos e sorrir com o canto da boca quando a ideia encontra um sentimento e os dois, como em um casamento perfeito de interesses, se unem para a realização de um sonho. Tenho me sentido tão aberta nestes últimos dias. Com uma esperança toda boba, ainda tímida, mas prenhe de realização. É como se eu tivesse abrindo as mãos para deixá-las livres para o que há de vir. Nesses últimos tempos andei muito receosa do que poderia receber do mundo e da vida. Andei com medo mesmo do que poderia estar reservado para a minha pessoa. E então, ao invés de simplesmente deixar a vida correr e, sem pressa, ir conhecendo o que me era reservado, deixei a ansiedade tomar conta e tentei, em vão, prever e antecipar o que deveria receber com surpresa e felicidade. Não sei como permiti que minha vida chegasse a isso... Ou como não percebi o que estava fazendo com meu próprio sentimento.

Enfim... hoje estava lendo Rubem Alves e me deparei com a seguinte frase: a gente só encontra aquilo que busca. Meu deus! Eu sempre soube disso. Sempre! Porém, me parece que nos últimos tempos vendei meus olhos para tentar me enganar acerca de algumas buscas sem sentido que andava fazendo. Mas agora que as coisas estão passando, e eu já começo a enxergar um céu azul de outono e a sentir um ventinho gelado no rosto (mesmo que o outono tenha começado a exatamente um mês, mesmo sendo o outono minha estação preferida e, portanto, mesmo sendo muito estranho que não tenha reparado que a minha estação preferida já está acontecendo a um mês), concluo que não importa o que me aconteceu, ou o que fizeram comigo: nada disso importa quando sei que o que importa mesmo é o que vou fazer com o que fizeram comigo. Hoje estava indo trabalhar e pensei na seguinte questão: do que eu me arrependo? O que faria diferente nessa minha vida, se pudesse voltar atrás? Minha resposta foi instantânea e certeira: nada. Não faria nada diferente, nem mudaria nada. E só tenho essa certeza porque aprendi a transformar em aprendizado as cagadas que cometi, e as que cometeram comigo. E o "resto", é só alegria...

ps: a vida é muito generosa... basta que a gente sinalize pra ela quais nossos desejos, basta que a gente busque as preces certas para a nossa alma, a música certa para os nossos ouvidos, o sabor mais agradável para o nosso paladar, o exercício mais prazeroso para nossa máquina corporal e o amor certo para o nosso coração. Seguindo à risca nosso instinto e sendo fiéis aos sentimentos, encontraremos, sem sombra de dúvidas, com o nosso melhor e, consequentemente, com o melhor de nossas buscas e escolhas.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

NUNCA MAIS NESTA VIDA

Texto de Miguel Falabella, publicado no jornal O Globo em 26/10/2000.

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CORAÇÃO DE PAPEL

segunda-feira, 10 de maio de 2010

O QUE FALTOU

E é por isso que te espero
E já sinto a mesma coisa em seu olhar

Deixa eu te levar
Não há razão e nem motivo
Pra explicar

Que eu te completo
E que você vai me bastar, eu sei

Tô bem certo de que você vai gostar
Você vai gostar

NARCISO E NARCISO

Presente de uma amiga (e que presente!).




Narciso e Narciso
(Ferreira Gullar)

Se Narciso se encontra com Narciso
e um deles finge
que ao outro admira
(para sentir-se admirado),
o outro
pela mesma razão finge também
e ambos acreditam na mentira. 

Para Narciso
o olhar do outro, a voz
do outro, o corpo
é sempre o espelho
em que ele a própria imagem mira.
E se o outro é
como ele
outro Narciso,
é espelho contra espelho:
o olhar que mira
reflete o que o admira
num jogo multiplicado em que a mentira
de Narciso a Narciso
inventa o paraíso.
E se amam mentindo
no fingimento que é necessidade
e assim
mais verdadeiro que a verdade. 

Mas exige, o amor fingido,
ser sincero
o amor que como ele
é fingimento.
E fingem mais
os dois
com o mesmo esmero
com mais e mais cuidado
- e a mentira se torna desespero.
Assim amam-se agora
se odiando. 

O espelho
embaciado,
já Narciso em Narciso não se mira:
se torturam
se ferem
não se largam
que o inferno de Narciso
é ver que o admiravam de mentira.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

TOLERÂNCIA

Como água no deserto
Procurei seu passo incerto
Pra me aproximar
A tempo

O seu código de guerra
E a certeza que te cerca
Me fazem ficar atento

Não me importa a sua crença
Eu quero a diferença
Que me faz te olhar
De frente

Pra falar de tolerância
E acabar com essa distância
Entre nós dois

Como lava no oceano
Um esforço sobre-humano
Pra recomeçar
Do zero

Se pareço ainda estranho
Se não sou do seu rebanho
E ainda assim
Te quero

É que o amor é soberano
E supera todo engano
Sem jamais perder
O elo

ps: pratiquemos

segunda-feira, 3 de maio de 2010

ENGANOS





Hoje eu parei com tudo
Hoje eu paguei
Uma porção de contas
Até te desejei
Hoje eu peguei pesado
E me machuquei
Rasguei o teu retrato
E depois decretei
Que todos os pecados
Todos os vestidos
E todos os abraços
E os meus gemidos
Não serão mais teus...

(Danni Carlos)

domingo, 2 de maio de 2010

SHOVE IT

e então que a gente pede pra deus, ou pro diabo - vai saber, pra ser um pouquinho mais feliz. ou então pra ser feliz e pronto. e nem precisa ser aquela felicidade de comercial de margarina... não! um suspiro gostoso de começo de dia, quando a gente, enquanto toma café na caneca preferida, pensa nas coisas que estamos construindo. ou então um sonho bom durante a noite, daqueles que faz a gente acreditar que tudo tudo tudo pode ser verdade. quem sabe um sorriso no final do dia, ou então um oi de saudade? aaaah, mas a vida é tão complicada. as pessoas são complicadas. tudo é muito complicado, no final. e geralmente a coisa complica porque tudo o que queremos é ser um pouco mais descomplicados. tudo o que fazemos, fazemos no intuito de deixar a vida mais suave e leve. mas sempre tem aquele mau humorzinho que nos pega no contra-pé. ou então aquela vontade louca de dizer: "ei, não precisa mentir pra mim, eu sei que você evita a verdade a qualquer custo, mas não compensa fugir dela porque acaba sendo mais desgastante..." mas a gente não diz e fica com aquilo remoendo, remoendo, remoendo... até que num dia qualquer acorda e percebe que está corroído pela certeza mórbida, pela culpa sórdida, de não ter gritado para o mundo "ESCUTA AQUI, EU NÃO SOU IDIOTA, OK?!". mas fazer o que? pergunto pra mim mesma. nada, não tem o que fazer, Bruna. é só uma questão de parar de pensar, de se desligar do mundo, de viver sua vidinha, aquela que você sempre gostou de viver sozinha, no seu canto, calada, entre livros, gatos, taças de vinho, alguns amigos e muita música. esse é o SEU jeito de ser descomplicada, e não há outro, acredite.

 
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